Noticia de "A União":
CERCA DE 20 FILMES
A EXIBIR EM ANGRA E PRAIA
- Educação Ambiental nas fitas do cinema
Publicado na Quarta-Feira, dia 23 de Janeiro de 2008, em Actualidade
Sónia Bettencourt
Arranca amanhã em Angra do Heroísmo e Praia da Vitória o Cine Eco 2007 – Festival de Cinema e Vídeo de Ambiente, que teve este ano a sua décima terceira edição em Seia, na Serra da Estrela. Trata-se da primeira extensão deste Festival a visitar os Açores, num conjunto de filmes e documentários, sendo que na Terceira serão cerca de 20 filmes exibidos até ao próximo dia 27 de Janeiro.As sessões que vão decorrer simultaneamente no Centro Cultural de Angra e no Auditório do Ramo Grande, durante a tarde e a noite, terão apresentações gratuitas, e pretendem relacionar a cultura cinematográfica com a sensibilização ambiental.É de salientar que as sessões da tarde têm como público-alvo os alunos das escolas secundárias e universidade.Esta iniciativa resulta de uma parceria conjunta da Secretaria Regional do Ambiente e do Mar com as duas autarquias da Terceira.
Filmes premiadosDos cerca de 20 filmes em exibição, portugueses e estrangeiros, destacam-se o projecto vencedor do Grande Prémio do Ambiente no Cine Eco 2006, “Ainda há Pastores”, de Jorge Pelicano. Trata-se de uma história que aborda um lugar chamado Casais de Folgosinho, situado num vale entre as montanhas da Serra da Estrela, onde não há luz eléctrica, não corre água canalizada, muito menos estradas. Em tempos aquele local foi um autêntico santuário de pastores, hoje, os mais velhos vão morrendo e os novos fogem da dura sina de ser pastor. Quanto ao filme vencedor do mesmo galardão em 2007, “Encontro com Milton Santos”, do realizador brasileiro Sílvio Tendler, refere-se a uma história com base numa entrevista com o geógrafo Milton Santos. O documentário, que conta com a interpretação de Beth Goulart e Fernanda Montenegro, expõe um pensamento sobre a globalização, necessária e desejada, bem como discute as distorções impostas aos países pobres que pagam injustamente pelo crescimento da economia dos países ricos e as consequências provenientes dessa lógica do capital, que amplia as diferenças ao invés de redistribuir as riquezas. Estão previstos ainda a exibição dos filmes “Bicho Preto Nasce Branco”, de Ângelo Lima, “Os Detectives da Água”, de David Springbett, “Sempre Coca-cola”, de Inge Altemeirer, entre outros. Mesa redonda com Lauro AntónioO cineasta português Lauro António, membro da direcção do festival, estará presente na apresentação oficial da extensão do Cine Eco 2007, que terá lugar no Auditório do Ramo Grande, na Praia da Vitória, amanhã, pelas 20h30.Já no dia 25 de Janeiro, mas desta feita no Centro Cultural de Angra, prevê-se a realização de uma mesa redonda, com o tema em debate, “Os Media e o Ambiente: a importância do Cinema na divulgação das temáticas ambientais”, em conversa com Lauro António, pelas 22 horas. O aclamado cineasta de Manhã Submersa, Lauro António, nasceu em 1942, em Lisboa. Licenciado em História, foi membro do Cine-clube Universitário de Lisboa e, mais tarde, director do ABC Cine-Clube. A cultura cinematográfica adquirida no movimento cineclubista leva-o ao exercício da crítica cinematográfica a partir de 1963 e, mais tarde, à coordenação da programação de algumas salas e à direcção de festivais de cinema. O seu Prefácio a Virgílio Ferreira (1975) antecedeu a exibição do filme Cântico Final de Manuel Guimarães, baseado na obra homónima do escritor, que viria, anos depois, a ser figura indissociável da obra de Lauro António.Como sucedeu com outros cineastas da sua geração, particularmente activos após a Revolução de 25 de Abril de 1974, uma forte componente do seu trabalho destinou-se à televisão.Lauro António tem prosseguido a sua actividade como ensaísta e documentarista, tendo-se, porém, nos últimos anos mantido afastado do grande écran.
Festival criado há 13 anos
O Cine Eco é uma iniciativa que se tem vindo a produzir, anualmente, desde 1995, por Carlos Teófilo e Lauro António. É um festival de cinema, de âmbito internacional dedicado à área do Ambiente e que ao longo destes anos tem apresentado uma outra vertente do cinema, onde surgem obras menos conhecidas e longe dos circuitos comerciais.
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