Saturday, December 16, 2006

CINE ECO EM ALBUFEIRA


CINE’ECO NO ALGARVE PELAS MÃOS
DO INATEL E DE LAURO ANTÓNIO

O Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Ambiente da Serra da Estrela, mais conhecido como “Cine’Eco”, é uma iniciativa que a Câmara Municipal de Seia, através da sua empresa municipal e em parceria com várias entidades, tem vindo a realizar, anualmente, em meados de Outubro, desde 1995. Trata-se de um certame que se tem afirmado no panorama nacional e internacional, sendo considerado dos melhores festivais europeus de cinema de ambiente, dada a qualidade dos filmes a concurso, que habitualmente são enviados de todos os cantos do mundo. O Festival, que decorre na Casa Municipal da Cultura, tem uma componente competitiva mas contempla, igualmente, vários ciclos de cinema, além de um conjunto de outras iniciativas paralelas, como sejam exposições, concertos e palestras.
A presença em Seia durante os 10 dias em que decorre o festival de realizadores, actores e outras figuras do mundo do espectáculo, costuma ser também um factor positivo para uma cidade situada no interior do país.
No intuito de alargar a iniciativa a outros locais foram criadas várias extensões daquele festival, uma delas em Albufeira, com o apoio do INATEL. Foi assim que durante quatro dias, decorreu, na Sala Vasco da Gama, do Centro de Férias do INATEL em Albufeira, um ciclo de cinema dedicado ao Ambiente. Em Albufeira foram visionados 20 filmes, escolhidos entre cerca de seis dezenas os quais foram apuradas para o Cine’Eco 2006.
Salienta-se que este Festival tem, cada vez mais adeptos, tendo sido recepcionados, para a edição de 2006, mais de 400 filmes. António Colaço, delegado regional do Inatel nos distritos de Beja e Faro, justificou a iniciativa dizendo: «o ordenamento do território e os problemas ambientais são pontos importantes para o desenvolvimento do Algarve. Consideramos que trazer preocupações ambientais que se fazem sentir noutros países, é um elemento importante para que os algarvios tenham uma maior noção dos problemas ambientais à escala global. Vamos também fazer um esforço para levar estas projecções ao interior do concelho», concluiu. Lauro António, director técnico do Cine’Eco, reiterou a motivação veiculada por António Colaço e explicou que «este ano, a ideia foi criar extensões em vários pontos do país». Quanto às temáticas
apresentadas, é importante referir que todas elas gravitam em torno da água, principalmente nos países africanos; da ocupação do território; da poluição e da relação entre o homem e o meio. Saliente-se ainda que este festival recebe curtas, médias e longas-metragens, de animação, ficção e documentários, havendo ainda espaço para os clássicos e grandes produções cinematográficas. De entre os 60 filmes apurados para a edição de este ano, o júri atribuiu dois grandes prémios: o Prémio Especial de Lusofonía, ao filme “Ainda Há Pastores?” de Jorge Pelicano, (Portugal, 2006); considerado a melhor obra a concurso, produzida e realizada em país lusófono; e o Grande Prémio – Câmara Municipal de Seia, ao filme “ O Ataque do Tigre” (Conflict Tiger) do realizador Sasha Snow (Rússia, 2005), atribuído à obra que é considerada a melhor entre todas as presentes a concurso, em qualquer categoria de temática ambiental.

“Ainda Há Pastores?”
Jorge Pelicano Nasceu em 1977 na Figueira da Foz. É licenciado em Comunicação e Relações Públicas e, actualmente, frequenta o 2º ano de Mestrado em Comunicação e Jornalismo na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. É repórter de imagem freelancer para a SIC televisão, desde 2001. “Ainda há Pastores” é o seu primeiro filme documentário a concurso, o qual tem uma duração de 80 minutos. Sinopse: “Há lugares que quase não existem, como Casais de Folgosinho, que nem sequer é um lugar. Não há luz eléctrica, não corre água canalizada, não há estradas. Perde-se no silêncio de um vale entre as montanhas da Serra da Estrela. Em tempos foi um autêntico santuário de pastores. Hoje os velhos morrem, e os novos fogem da dura sina de ser pastor. 365 dias por ano. Hermínio, 28 anos, contraria o fim. Dizem que é o pastor mais novo, mas também o mais doido. O futuro de Hermínio é inquietante. Até quando o jovem Hermínio será pastor? Mas...ainda há pastores?”
“O Ataque do Tigre”
Sasha Snow é fotógrafo de arquitectura antes de surgir como montador na BBC, em 1991. Em 1997 ganha o BAFTA/Post Office Scholarship para Melhor Filme de Estudante, com “Peace Under A Power Station”, enquanto estuda realização documental The National Film & Television School. Em 2002 diploma-se com o seu primeiro filme rodado na Rússia, “A St. Petersburg Symphony”. Seguem-se ‘Arctic Crime & Punishment’ e ‘Conflict Tiger’, este último, a concurso no Cine’Eco 2006 tem uma duração de 61 minutos. Sinopse: “Nas florestas do Leste Russo, um caçador inexperiente e insensato provoca uma infame série de ataques de tigres nas pessoas do vilarejo. As autoridades locais convocam os serviços de Yuri Trush, um especialista em seguir e eliminar os tigres que perderam o seu medo do homem. “Conflict Tiger” mostra a mais notável perseguição de Yuri a um tigre comedor de gente como base de um documentário de suspense…”
In “Notícias de Albufeira”, 15 de Dezembro de 2006


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